Ao contrário dos casinos online, a indústria dos casinos físicos, não atravessa um bom período com toda a pandemia do Covid-19. Os lucros dos casinos baixaram substancialmente no último ano e com isso os trabalhadores dos casinos viram os seus postos de trabalho em risco, existindo já relatos de trabalhadores de casino em sérias dificuldades financeiras. Quem o diz é Luís Mourão, coordenador do Sindicato dos Empregados de Banca dos Casinos (SEBC) que, no inicio deste mês de Março deu a conhecer a grave situação de cerca de 800 funcionários de casinos de Portugal.
Em causa está o regime de lay-off, onde apesar de garantirem o salário mínimo, a revolta surge do facto destes perderem uma parte considerável dos rendimentos, visto que a grande parte do seu ordenado era proveniente de gorjetas.
As gorjetas dos trabalhadores dos casino estão sujeitas à taxa de IRS, no entanto, não estão a ser consideradas pelo governo no mais recente regime de exceção.
Sobre esta situação, Luís Mourão explicou: “O que nos é pago no lay-off engloba somente o nosso ordenado mínimo. Os 10% que descontamos sobre as gorjetas que recebemos é deixado de fora. Perante a situação atual, tal não reverte nada em nosso favor”.
Lembrar que ao contrário por exemplo do blackjack online, os dealers nas mesas de blackjack nos casinos físicos, costumam receber uma gratificação aquando de uma jogada de sorte ou simplesmente por pura cortesia.
Mais ainda, o Coordenador do SEBC acrescentou: “No primeiro confinamento a situação já foi difícil e agora está ainda pior com muita gente já a passar dificuldades”.
Em suma, os trabalhadores de Casino de Portugal exigem que as gorjetas declaradas e sobre as quais pagam imposto, sejam também levadas em conta para o cálculo do pagamento das suas remunerações no que diz respeito ao lay-off.
Estas reivindicações contaram com o apoio do Bloco de Esquerda, onde vários trabalhadores se reuniram com o deputado Moisés Ferreira (BE), junto ao Casino Solverde, divulgando todas as preocupações.
Sobre este assunto, o deputado do Bloco de Esquerda afirmou: “estes trabalhadores estão a receber à volta de metade daquilo que normalmente costumam receber. As pessoas estão com dificuldades para pagar as suas contas e até para alimentarem os filhos. Vamos apelar ao Governo para que dê atenção a este assunto e efetuar a pressão necessária a fim de se receber uma resposta satisfatória já a curto prazo. O lay-off não se pode traduzir na perda de metade do salário para estes trabalhadores”.